Teaching Without Walls, Michael Wesch

 Teaching Without Walls é o tema de um canal do YouTube de Michael Wesch, onde se pode ler a seguinte inscrição “You don't have to teach online.  You can teach out in the world, without walls, and without the walls that our preconceived ideas create of what "teaching online" has to be.” (Wesch, 2008), um claro apelo à destruição dos muros levantados por ideias preconcebidas relativamente aos processos de ensino e à adoção de estratégias centradas no aluno e dirigidas ao mundo. Ensinar online pode assentar em ferramentas, canais, plataformas, com acessibilidade mundial, contribuindo para a democratização do processo.

Michael Wesch é um antropólogo cultural e um ecologista mediático, cujo trabalho com os alunos procura examinar “as redes sociais e outras ferramentas interativas da Internet conhecidas coletivamente como Web 2.0.” (Media Ecologist: Dr. Michael Wesch, s.d.). Os media são entendidos como uma linguagem promotora de interação, ao invés de uma ferramenta que suscita a comunicação.

“Os media não têm favoritos; conquistam todas as culturas“ (Wesch, We Shape Our Tools and then Our Tools Shape Us, s.d.), têm um efeito fascinante e torna-se impossível dissociar o quotidiano da interação com a tecnologia. No mesmo vídeo, somos confrontados com este efeito paradoxal de que a tecnologia nos conecta e desconecta em simultâneo. Vivemos o mundo, ou julgamos vivê-lo, isolados no nosso ecrã e essa distinção exige um distanciamento e capacidade de reflexão entre o que é credível e o que é verdadeiro extremamente exigentes. Neste sentido a educação tem um papel preponderante e a missão do professor é a de educar para o uso da internet de forma consciente, mostrar as suas potencialidades e trabalhar a reflexão crítica.

Wesch refere-se ainda no vídeo “An anthropological introduction to YouTube “ a um ambiente mediático integrador e, mais uma vez, somos confrontados com um fator quase paradoxal, pois o isolamento do indivíduo é reduzido pela sua inclusão num ambiente social, com uma exposição de dimensões desmesuradas, onde noções como privacidade ou ridículo são anuladas por uma exposição que nem sempre será honesta, mas que, em muitos casos, dos chamados vídeos caseiros apresenta essa ideia de genuinidade e até de ingenuidade. Talvez por isso obtenham tantas visualizações…

Ensinar online pode, segundo Wesch no vídeo “10 Online Teaching Tips beyond Zoom: Teaching Without Walls Episode 1”, ser uma aventura fenomenal. A ferramenta de trabalho deve ser simples e intuitiva e estar disponível para o telemóvel. Outra palavra-chave é a consistência, sendo proposto o mesmo tipo de tarefas todas as semanas. Dever-se-á dar início ao processo de forma impactante, pois só temos uma oportunidade para causar a primeira impressão e num processo de ensino/aprendizagem a criação de boas expectativas no aluno pode assegurar o sucesso da disciplina. Outra dica importante prende-se com uma atividade dialogada em que o professor mostra a sua disponibilidade não só para estabelecer contacto direto, como para esclarecer todas as decisões que tomou relativamente a procedimentos e à avaliação. A clareza do processo avaliativo reveste-se de extrema importância e deve ser disponibilizada de forma criteriosa e detalhada, uma vez que “as regras do jogo” devem ser conhecidas de antemão. Por fim, no final de cada semana, deve ser feita uma sistematização das melhores ideias que contribuíram ou que surgiram para/do trabalho desenvolvido. Wesch sugere ainda que deve haver uma preocupação com a agilização do processo para que o aluno não sinta que está a perder tempo, que o professor deve ler e responder de forma despreocupada e, sobretudo, disponibilizar feedback atempadamente.

Centrando a atenção no YouTube, e numa vertente educativa, não se pode ignorar o manancial de conteúdos interessantes, como tutoriais, explicitação de temas/assuntos, demonstrações científicas. O estudante de hoje pode adquirir ou consolidar conhecimento com recurso à internet e o professor da atualidade tem à sua disposição recursos que a nível didático podem transformar a aula num espaço de interesse. Estas novas metodologias são ainda mais visíveis no Ensino a Distância. Estudar a partir de vídeos supera em grande escala metodologias como a exposição ou o questionamento.

Referências bibliográficas

 Media Ecologist: Dr. Michael Wesch. (s.d.). Obtido de National Geographic: https://education.nationalgeographic.org/resource/real-world-geography-dr-michael-wesch

Wesch, M. (23 de junho de 2008). An anthropological introduction to YouTube. Obtido de YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=TPAO-lZ4_hU

Wesch, M. (s.d.). We Shape Our Tools and then Our Tools Shape Us. Obtido de YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=BKc9hSavleA

Wesh, M. (s.d.). 10 Online Teaching Tips beyond Zoom: Teaching Without Walls Episode 1. Obtido de YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=D7vooDcxUaA&list=PLbYkdovMggXGALfVh80UDGKQYBRx1Z3ZO

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